sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

fazenda grande

A história da Fazenda Grande começa com a invasão espanhola do Rio Grande de São Pedro, em 1763, quando o português Joaquim José Pereira e outros pioneiros subiram a serra a procura de terras devolutas, após serem expulsos de suas estâncias.
O povoamento das terras devolutas da Fazenda Grande, deve ter ocorrido entre 24/04/1763(data da invasão espanhola) e 28/10/1766, data do censo de moradores da serra, feito pelo capitão Pedro da Silva Chaves.
Este censo corrobora a tradição oral, segundo a qual Joaquim José Pereira iniciou o povoamento das terras devolutas da Fazenda Grande, antes mesmo da chegada do bandeirante paulista Antônio Correia Pinto de Macedo e sua comitiva para a fundação da vila de Lages.
Em 08/01/1767, o governador da Capitania do Rio Grande de São Pedro, coronel José Custódio de Sá enviou ao vice-rei do Brasil um ofício com veementes protestos quanto a intenção do governador da Capitania de São Paulo de fundar uma vila na paragem das lages.
Entre os anexos ao ofício havia uma interessante relação dos moradores dos distritos de Cima da Serra, Vacaria e Lages, datada de 28/10/1766 e elaborada pelo capitão Pedro da Silva Chaves, a pedido do coronel José Custódio de Sá.  Nesta relação Joaquim José Pereira consta como um dos 16 fazendeiros estabelecidos em Lages.
Analisando o requerimento dos moradores dos Campos das Lages de 23/11/1768, se conclui que os rebanhos bovinos dos jesuítas já haviam escasseado na época do estabelecimento das priomeiras fazendas nos campos das lages. Então, pioneiros como Joaquim José Pereira(Fazenda Grande) e Antonio José Pereira(Fazenda Curitibanos) tiveram que repovoar suas fazendas com gado, cavalos e muares trazidos da planície gaúcha.
Ao longo dos anos, o capitão Joaquim José Pereira concentrou seus negócios nas praças de Lages e Vacaria, onde transitava com grande desenvoltura. Após o casamento com Ana Maria de Santa Rita, fixou residência em Lages, onde mantinha sua primeira propriedade na serra.
O capitão Joaquim José Pereira faleceu em 22/11/1811, na certidão de óbito constava citação de que ele era o mais rico estancieiro da vila de Lages.
Com a morte do velho capitão, seus bens foram divididos entre os filhos, conforme testamento feito em 23/11/1810.
Nos censos de 1818 e 1820, a Fazenda Grande constava como propriedade de José Joaquim Pereira, filho caçula do capitão Joaquim José Pereira.
Em 1834, Nicolau de Liz e Abreu entrou com processo na justiça questionando o inventário.
Tudo leva a crer que as terras da Fazenda Grande se mantiveram durante todo o período nas mãos da família, passando para os descendentes de Umbelina Maria Pereira, primogênita do capitão Joaquim José Pereira.
No alistamento eleitoral de 1895, no Arraial de São Sebastião do Painel estavam inscritos 155 eleitores, sendo 15 inscritos no Quarteirão da Fazenda Grande.
Na virada do século XX, a antiga sede era propriedade de Henrique de Liz e Souza, filho de José Henrique de Souza(neto de Mateus José de Souza) e Joaquina de Liz e Abreu(filha de Umbelina Maria Pereira e Nicolau de Liz e Abreu).
Em 06/07/1937, com o falecimento de Henrique de Liz e Souza, a viúva Antonia Maria da Silva herdou seus bens. O casal não teve filhos e a velha sede foi vendida em 11/04/1957 para Celso Mariano da Silva.
Duarte, J. R. 2014. Especial para o site https://fazendagrande.net/
Referências

Costa, L. Continente das Lagens, Editora FCC, 1979.
Duarte, Dr. Manoel - Transadores e Retirantes. Revista do
Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, Volumes 24-25, Editora Barcellos, Bertaso & Cia., 1944
Oliveira, Sebastião Fonseca de, Aurorescer das Sesmarias Serranas, Edições EST, 1996
Genealogia Tropeira, volume II
1º Tabelionato de Lages, livros 2, 3 e 6
Cartório de Painel, livro 2
Arquivo Histórico Ultramarino, caixa 79 doc 7144
Museu TJSC, inventário Umbelina Maria Pereira
Museu TJSC, processo 1834 e testamento Capitão Joaquim José Pereira
Cúria Diocesana, Tubarão(SC)
Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, Lages(SC)
Lages Histórica http://lageshistorica.blogspot.com.br/
Pioneiros das Lagens http://pioneirosdaslagens.wordpress.com/

Joaquim José Pereira

Joaquim José Pereira era natural da freguesia de Santa Quitéria de Meca do termo da Vila de Alenquer do Patriarcado de Lisboa, filho de Antônio Manoel da Silva da Freguesia de Nossa Senhora de Mariana e Catharina Maria da Vila de Alenquer do Patriarcado de Lisboa.
Provavelmente tinha estância nas planícies do Rio Grande de São Pedro à época da invasão espanhola de 1763, quando boa parte dos estancieiros fugiu para Viamão.
Sem terras para criar gado, Joaquim José Pereira e outros pioneiros subiram a serra a procura de terras devolutas boas para a constituição de fazendas.
O povoamento das terras devolutas da Fazenda Grande, deve ter ocorrido entre 24/04/1763(data da invasão espanhola) e 28/10/1766, data em que já aparece como fazendeiro em Lages, segundo censo de moradores da serra, feito pelo capitão Pedro da Silva Chaves.
Em 08/01/1767, o governador da Capitania do Rio Grande de São Pedro, Coronel José Custódio de Sá enviou ao Vice-rei do Brasil um ofício com veementes protestos quanto a intenção do governador da Capitania de São Paulo de fundar uma vila na paragem das lages.
Entre os anexos ao ofício havia uma interessante relação dos moradores dos distritos de Cima da Serra, Vacaria e Lages, datada de 28/10/1766 e elaborada pelo capitão Pedro da Silva Chaves, a pedido do Coronel José Custódio de Sá.  Entre os 16 fazendeiros estabelecidos em Lages aparece Joaquim José Pereira.
Os campos de cima da serra à epoca da instalação das primeiras fazendas já se encontravam praticamente despovoados, face o corrente tráfego de tropeiros na rota Viamão – Sorocaba. Em função disso, pioneiros como Joaquim José Pereira tiveram que repovoar suas fazendas com gado, cavalos e muares tropeados da planície gaúcha atravéz de Viamão.
Em 18/08/1768 foi nomeado José de Alencastro para o cargo de almoxarife da Fazenda Real em Viamão.  O novo provedor adotou medidas para aumentar a arrecadação do Registro de Viamão, gerando protestos dos fazendeiros lageanos, que encabeçados por Antonio José Pereira(Fazenda Curitibanos) e Joaquim José Pereira(Fazenda Grande), fizeram requerimento ao rei D. José, solicitando ordem real para que o provedor da Fazenda Real de Viamão permitisse o transporte de cavalos, jumentos e gado para as fazendas da serra sem a cobrança dos provimentos do Registro.
Em 1778, já com a carta patente de capitão, Joaquim José Pereira organizou e passou a comandar a famosa Companhia Auxiliar do Distrito de Vacaria.
Em 1779, sob seu comando, esta Companhia se envolveu numa truculenta ação de represália aos ataques dos índios tapes, cuja repercussão negativa acabou resultando no seu desmantelamento.
A partir daí, o Capitão Joaquim José Pereira voltou a se dedicar aos negócios, amealhando grande quantidade de terras desvalorizadas pela constante ameaça de ataques dos tapes. Como grande negociante de terras e escravos, transitava com muita desenvoltura nas regiões de Vacaria e Lages, onde concentrava seus negócios.
As várias cartas de alforria concedidas por Joaquim José Pereira no Tabelionato de Lages entre 1772 e 1791, nos leva a acreditar que o capitão premiava seus escravos de confiança com cartas de alforria, para utilizá-los como capatazes em suas fazendas. As vésperas de assumir o comando da Companhia Auxiliar do Distrito de Vacaria, registrou a confirmação de uma carta de alforria no Tabelionato de Lages para um casal de escravos. Provavelmente este casal deve ter assumido a capatazia de seus negócios em Lages.
Escravos assumindo a capatazia não era novidade na região. No relato feito pelo Alferes Manoel da Fonseca Paes em 23/03/1781, em Vacaria, o Capitão Antônio da Costa Ribeiro havia se mudado para Laguna e deixado a estância da Costa da Serra aos cuidados de um capataz seu escravo.
No mesmo relato há um registro curioso de que José Rodrigues mudou-se para Laguna e fez a venda da sua estância aos mulatos do Capitão Joaquim José Pereira.
Em 10/11/1786, o Capitão Joaquim José Pereira casou com Ana Maria de Santa Rita, na casa de Oratório do sogro Capitão-Mor de Laguna, João da Costa Moreira.
Este é considerado o primeiro casamento realizado em Tubarão. O casal teve 3 filhos: Umbelina Maria, Paulo José e José Joaquim.
Em 20/11/1791, o casal concede alforria ao mulato Joaquim José Pereira, filho da escrava alforriada Florinda. No mesmo documento o capitão reconhece a paternidade e  nomeia o alforriado seu herdeiro universal.
Em 07/07/1796, morre aos 30 anos Anna Maria de Santa Rita, durante os trabalhos de parto do filho José Joaquim.
Em 30/12/1800, Umbelina Maria Pereira casou com o português Nicolau de Liz e Abreu em Lages.
O casal teve 8 filhos, que deixaram grande descendência na região de Lages, notadamente em Painel.
Em maio/1808, o Capitão Joaquim José Pereira foi o Juiz Ordinário que conduziu o inquérito sobre a morte violenta nas margens do rio Lavatudo do famoso Capitão Januário Garcia Leal (Sete Orelhas).
O Capitão Joaquim José Pereira faleceu em 22/11/1811, na certidão de óbito constava citação de que ele era o mais rico estancieiro da vila de Lages.
Com a morte do velho capitão, seus bens foram divididos entre os filhos, conforme testamento feito em 23/11/1810.
Duarte, J. R. 2016. Especial para o site https://fazendagrande.net/
Referências

Costa, L. Continente das Lagens, Editora FCC, 1979.
Duarte, Dr. Manoel - Transadores e Retirantes. Revista do
Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, Volumes 24-25, Editora Barcellos, Bertaso & Cia., 1944
Oliveira, Sebastião Fonseca de, Aurorescer das Sesmarias Serranas, Edições EST, 1996
Genealogia Tropeira, volume II
1º Tabelionato de Lages, livros 2, 3 e 6
Arquivo Histórico Ultramarino, caixa 79 doc 7144
Museu TJSC, inventário Umbelina Maria Pereira
Museu TJSC, processo 1834 e testamento Capitão Joaquim José Pereira
Cúria Diocesana, Tubarão(SC)
Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, Lages(SC)
Lages Histórica http://lageshistorica.blogspot.com.br/
Pioneiros das Lagens http://pioneirosdaslagens.wordpress.com/

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

MUDANÇAS NA uniplac

A UNIPLAC Como  Sementeira de conhecimento,Cultural  ,Realizaçao  Pessoal e,profissional e alavanca para desenvolvimento regional.
Ha pouco dias tive  a oportunidade de conversar com a sumidade do exmo sr reitor luiz carlos pfleger,o qual nos comentou seu sonho de adiquirir ou alugar  um terreno para ampliaçao da escola e universidade uniplac,gostaria de transformar a universidade em uma grande escola aberta.
Onde as pessoas pudessem se matricular e escolher suas disciplinas ,professores seriam cadastrados ,em um banco de dados e os alunos escolheriam os profissionais por seus curriculuns e empatias,e que os professores seriam remunerados cfe o n de alunos matriculados em suas respectivas disciplinas.
Tambem Implantar  Cursos  Ficks de no maximo 6 meses de eletrica,clp,robotica,gastronomia,nutriçao auxiliar de veterinario ,corte costura,atendente de farmacia,cursos tecnicos de farmacia,radiologia,zootecnista,graduaçoes como  engenharia naval e petroquimica,engenharia de aliventos e vitivcultura,fisioterapia.
E ead cfe as necessidades ,negocios imobiliarios ,gestao financeira ,processos gerenciais ,serviço social,contabeis,fisica,quimica etc,.
Prof.dr,luiz carlos pfleger,um verdadeiro ser humano e cerebro  a disposiçao da  Educaçao ,cultura religiao e economia da regaiao serrana ,
comentou ainda como economista que sua vontade era produzir mudas de plantas a serem doadas e plantadas em varios colegios e entidades publicas e privadas para melhor conservaçao da fauna e da flora da regiao,.
seus planos ainda seriam adiquirir um transporte ,para viajens de alunos tipo micro onibus ou onibus e para lecionarem nos interiores e assim foi a conversa pena que o tempo foi curto nao deu para terminarmos o assunto ,fica aqui o nossa satistaçao em ter conversado com o magnifico reitor,e saber que a regiao serrana conta com tamanha gentileza e agradavel presença de carater como sr Luiz carlos pfleger
Sabendo que 30% da classe dirigentes passou pela Uniplac ,alias em me formei la ,nos anos 90 e fiz minha primeira po-graduaçao,junto com a primeira turma de professores na epoca ajudamos a transformar a faculdade em universidade juntamento com prof,decio poli e joao irineu kuster,,beatriz senen ,lilia e leila kanan e demais estudiosos da epoca.
Priorizando sempre o lado humano e a limpesa ,visitamos os blocos de ampliançao em sua gestao que ficaram lindos ,laboratorios e auditorios,sem falar das leoas,que a uniplac apoia,resaltando que gostaria de apoiar mais os esportes de base como o sub 13 nos colegios particulares e publicos onde as pessoas nao podem pagar
Falou como um grande ser humano que gostaria que a unoiversidade fosse publica para todos, quem sabe um dia alcancaremos este estado,por enquanto temos custos que ainda nao sao repassados pelo governo federal,mas a luta continua.saudaçoes sr.luiz carlos pfleger,obrigado pela sua atençao e dedicaçao ao povo lageano,FALOU AINDA QUE O CURSO DE JORNALISMO TERIA MENSALIDADE GRATUITA E QUE ESTAO TENTANDO  ADM O HOSPITAL DE LAGES

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

casa de pedra 149 anos

 


Casa de Pedra – 150 anos



        (SC) para publicar um estudo muito importante para a história serrana, escrito pela familia  Ribeiro Martins. Ele descreve os 149 anos da chamada “Casa de Pedra”, construída na Fazenda do Socorro. A Fazenda situa-se, atualmente, no município de Bom Jardim da Serra (SC), mas, antigamente, pertencente ao município de São Joaquim-SC.


Mapa da Fazenda do Socorro, 10/05/1919, Eng. Emilio Gallois.


            Manoel Cecílio Ribeiro Martins (nasc. 08/08/1922), c.c. Maria do Carmo Brognoli (nasc. 18/11/1932), é:
- filho de Dolores de Souza Ribeiro (19/09/1891 – 25/06/1928) e Adolfo José Martins (15/03/1884 - 23/10/1968);
- neto materno de Manoel Cecílio Ribeiro (15/01/1856 – 02/04/1917) e de Rozalina de Souza e Oliveira (23/01/1871 - 05/03/1932);
- bisneto de Matheus Ribeiro de Souza (1829 – 18/11/1900) e de Maria Magdalena Batista de Souza (1833 - 21/11/1867) (filha de João Batista de Souza – “Inholo” [nasc. 1800 – falec. 1850]).
- trineto de João da Silva Ribeiro (Sênior) (23/06/1787 – 12/05/1873) (filho de Pedro da Silva Ribeiro e Anna Maria de Saldanha) e de Maria Benta de Souza (filha de Matheus José de Souza e Clara Maria de Athaide).
           Agradecemos a Henrique Brognoli Martins (nasc. 1952), filho de Manoel Cecílio Ribeiro Martins e de Maria do Carmo Brognoli, por nos enviar o texto e as fotos que seguem abaixo.


Antecedentes
por Manoel Cecilio Ribeiro Martins

Antes de iniciar o relato sobre “Os 150 anos da Casa de Pedra na Fazenda do Socorro” é importante contextualizar a figura de Matheus Ribeiro de Souza (1829-1900), seu idealizador.


Figura 01 – Vista Geral da Casa de Pedra.


Matheus exerceu, juntamente com seu irmão, o Coronel João da Silva Ribeiro, uma ativa participação nos primórdios da vida política da então Vila de São Joaquim da Costa da Serra, como primeiro vereador da instalação da Câmara Municipal representando o Distrito do Socorro, atual Bom Jardim. Com uma personalidade marcante, já naquela época, fazia questão da grafia do seu nome de Matheus com “u” ao invés do comum Matheos, do português antigo.
Em razão de minha mãe Dolores Ribeiro Martins, ter sido filha única de Manoel Cecilio Ribeiro, e este também o único filho homem de Matheus Ribeiro de Souza, eu Manoel Cecilio Ribeiro Martins, sou atualmente o último dos Ribeiro da descendência de Matheus Ribeiro de Souza, diferentemente de seus irmãos João da Silva Ribeiro Jr, Pedro José Ribeiro e Manoel Bento Ribeiro cujas descendências se multiplicaram levando o nome “Ribeiro” para muitas gerações.


Figura 02 – Matheus Ribeiro de Souza.

Embora no ramo de Matheus Ribeiro de Souza, o nome Ribeiro só tenha se transmitido até a 3ª geração, os “Ribeiro Martins”, a descendência dos Ribeiro continuou através da linha feminina, como já foi elencada pela pesquisadora Ismênia Ribeiro, em 2007, na denominada “Descendência de Matheus Ribeiro de Souza”. Mas é bom lembrar, que não só se multiplicou pelos descendentes do filho Manoel Cecilio Ribeiro, como também pelas filhas do 1º casamento: Maria da Conceição casada com Antônio Pereira de Medeiros, Virginia casada com Pedro Florêncio Pereira, ambas radicadas onde hoje é Urupema, Maria Magdalena casada com Manoel Pinto de Souza e Carlota Baptista Ribeiro casada com Joaquim Furtado de Souza e posteriormente com Augustinho Pereira da Silva, estas duas últimas em São Joaquim. Já as filhas do 2º casamento, ficaram, em sua maioria, radicadas em Bom Jardim da Serra, Adelaide casada com Antão de Paula Velho, Zulmira casada inicialmente com Cyrillo Caetano de Souza, e posteriormente com Bruno Francisco Macedo, Adelia com José Caetano do Amaral e Maria Trindade casada com Ambrozio Baptista de Souza, esta última em São Joaquim.

Os 150 anos da Casa de Pedra na Fazenda do Socorro

Ao iniciar a história da restauração da denominada Casa de Pedra, é fundamental resgatar que ela é parte dos elementos importantes no povoamento desta Costa de Serra e principalmente de Bom Jardim da Serra, na fixação do homem na terra, a partir da Fazenda Nossa Senhora do Socorro, e de suas manifestações culturais na área rural.


Figura 03 – Óleo Sobre Tela de Willy Zumblick (1950).

Essa antiga sede de fazenda é um testemunho histórico de fatos que aqui aconteceram e estão associados aos esforços de meus antepassados para o desenvolvimento da região. Em 2017 estarão concluídas as necessárias obras emergenciais com reforço na estrutura básica nas paredes de taipa da casa, assoalhos e, principalmente, resgatando seu telhado na forma original, ano em que a Casa de Pedra completa 150 anos de sua edificação.


Figura 04 – Casa de Pedra – Fachada Principal.



Figura 05 – Casa de Pedra – Fachadas Laterais.


Foi para sua esposa Maria Magdalena Baptista de Souza (1833-1867) filha de João Baptista de Souza, Inholo (1800-1850), que meu bisavô, Matheus Ribeiro Souza (1829-1900) construiu essa casa. A primeira vez que se mencionou a sua existência, foi no ano de 1867, por ocasião da morte de Maria Magdalena Baptista de Souza, quando se arrolou dentre os bens: “...uma casa coberta com telhas de barro na Fazenda do Socorro”, que era um diferencial para época na região.

 
Figura 06 – Maria Magdalena Baptista de Souza.


Outro fato, também relacionado à Casa de Pedra foi a instalação de janelas com vidros em 1868, uma “exigência” de Maria do Nascimento Amaral, também conhecida como “Dona Senharinha” (1846-1931), para torna-se a 2ª esposa de Matheus Ribeiro de Souza, vidraças que, na época em São Joaquim, eram ainda, um artigo de luxo, segundo relatos de sua neta Dulce do Amaral Velho. Conheci Dona Senharinha, minha “bisavó emprestada”, já como uma importante referência familiar, na época estava acamada e com idade avançada, lembro que fomos a Bom Jardim na casa dela, juntamente com meu irmão Hélio para “tomar louvado” (benção). São estes episódios da crônica familiar que alimentam nossas histórias, quando ainda hoje, por exemplo, Rose Buendgens relembra fatos mencionados por sua avó Dulce que nasceu na Casa Pedra.


Figura 07 – Janelas Típicas do Século XIX em Madeira e Vidro colocado posteriormente.

Após a morte de Matheus Ribeiro de Souza, em 1900, concluídos os acertos do inventário, seu filho Manoel Cecilio Ribeiro adquiriu de sua madrasta, Dona Senharinha, a sede da Fazenda do Socorro. Incentivado por sua esposa Rozalina de Souza e Oliveira (1870-1938), neta de Antônio Saturnino de Souza e Oliveira, descendente de tradicional família fluminense, é que foram realizadas em 1908 as melhorias e as pinturas florais no interior da Casa de Pedra, por um pintor (segundo informações do jornalista Rogério Martorano chamado Antônio Cesar Burlamaqui) que atuou em São Joaquim e Lages no inicio do século XX.



Figura 08 – Detalhes das pinturas no Interior da Casa.
Fotos de Dionata Costa (São Joaquim - On Line).

O ano de 2017 é também marcado pelo centenário da morte de meu avô Manoel Cecilio Ribeiro (1857-1917), ocorrida em São Paulo, ao submeter-se a uma cirurgia no Instituto Paulista de Medicina. Foi Manoel Cecilio Ribeiro, bisneto do precursor Matheus José de Souza, quem requereu, judicialmente, em 1910, por meio de seu advogado Nereu Ramos, a divisão da Fazenda do Socorro, que objetivou pôr termo ao condomínio existente, cuja comunhão permaneceu por cerca de 140 anos, ou seja, desde 1775.


Figura 09 – Manoel Cecilio Ribeiro - crayon atribuído a Eduardo Dias em 1906.


Matheus José de Souza, participante na fundação de Lages, adquiriu de Manoel Marques Arzão que já vivia na região a Fazenda do Socorro no ano de 1775. A partir do casamento de sua filha Maria Benta de Souza (1790-1857) em 20/02/1812, com João da Silva Ribeiro (1787-1868) iniciou-se o elo de ligação com a família Ribeiro.
Em relação a essa antiga sede de fazenda coube a Matheus Ribeiro de Souza na partilha de bens de sua mãe Maria Benta, mas se mencionou a existência de 03 mangueiras de taipas, ainda existentes e demais benfeitorias. Não há nenhuma referência a Casa de Pedra e nem mesmo, à antiga casa, que pertenceu a Manuel Marques Arzão. Consta que a referida 1ª casa incendiou-se, e ainda hoje existem os alicerces, sendo referida como “a antiga tapera do Arzão”. O celebre escritor e acadêmico catarinense Tito Carvalho (1896-1965), foi quem melhor explorou nosso regionalismo literário, em relatar no Jornal “República”, de Florianópolis, em 18/01/1928, um artigo denominado “Lendas das Minas do Arzão”, quando descrevia o ponto de partida do lendário mapa: “dever-se-ia sair da antiga Casa do Socorro, já desaparecida, não da nova”.

Figura 10 – Antigas Mangueiras de Taipas.


Foi minha mãe Dolores Ribeiro (1891-1928), filha única e herdeira de Manoel Cecilio Ribeiro que nos deixou essa “Tradicional e Amparadora Fazenda do Socorro” como dizia meu pai Adolfo José Martins (1885-1968) professor e editor da Gazeta Joaquinense em 1906, deputado estadual (1935-1936) e vereador por São Joaquim: “e foi essa Casa de Pedra que nos abrigou após sua morte prematura”.


Figura 11 - Dolores Ribeiro e o marido Adolfo José Martins em Florianópolis em 1928.

Um outro fato marcante na Casa de Pedra foi a chegada em 1936, do primeiro automóvel: era um Dodge ano 1928 não sei se de Lages ou de São Joaquim, que trazia meu irmão mais velho José Moacyr Ribeiro Martins (1912-1954), que tinha se formado em medicina em Porto Alegre, e era acompanhado pelo Dr. Joaquim Pinto de Arruda (1905 - 1997) e sua esposa Juraci (Ceci) Pereira.


Figura 12 - 1º automóvel na Casa de Pedra, da esquerda para direita: meus irmãos Ceniro em pé mais atrás o Helio, Dr Joaquim de terno branco, sentado dentro do carro meu irmão Dr. José Moacyr, no estribo do carro minhas irmãs Dolores e Doracy, ao lado de Ceci Pereira, sentados na frente eu Manoel Cecilio e meu irmão Celso. Na porta da casa meu pai Adolfo e Dona Belinha (Isabel Teixeira Nunes) sua 2ª esposa, com a filha Isabel no colo.

Em 26 de junho de 1964, meu pai alertou-me para a necessidade urgente de reparos no “prédio residencial”, que considerava “obra de frisante valor”, os quais foram realizados em 1965 de forma limitada em razão das dificuldades da época.
Decorridos todos estes anos, acredito que meu pai me deu tal missão, não por eu ser engenheiro civil, mas por imaginar que eu continuaria as atividades agropastoris da família e principalmente por levar nome de meu avô Manoel Cecilio Ribeiro, a quem certamente ele sempre prestou homenagens.
Embora eu não tenha permanecido com a sede da minha fazenda na Casa de Pedra, ainda assim agradeço em especial aos meus sobrinhos, herdeiros de meus irmãos, pela realização em 2013, do acordo divisório da propriedade, que interrompeu um lento processo de destruição da casa pela ação do tempo e que me possibilitou, ainda, aos 94 anos realizar a minha missão, de poder preservar a Casa de Pedra para mantê-la como um prédio com significativo valor histórico para as famílias Souza, Ribeiro, Amaral e Martins e para nosso Bom Jardim da Serra.

Manoel Cecilio Ribeiro Martins



Figura 13 - Manoel Cecilio Ribeiro Martins com a mulher Maria do Carmo Brognoli ao iniciar as obras de restauração.




des cendentes de Mateus José de Sousa


Mateus José de Sousa

Data de nascimento: (82)
Local de nascimento:Angra do Heroísmo, Ilha de Terceira, Portugal 
Falecimento:circa 1821 (74-90)
Lages, Santa Catarina, Brazil
Família imediata:
Managed by:Lúcia Pilla
Last Updated:

 Mateus José de Sousa

Chegou em Lages, oriundo do Rio de Janeiro, juntamente com seu sogro, como integrante da "Bandeira de Corrêa Pinto", em1766, fundando a Vila de Lages,SC; assinou a ata da instalação do Pelourinho. Aí foi Vereador da Câmara. A 23-04-1784, junto ao Tabelião Antônio de Araújo França (1° Ofício de Notas de Lages, L 2, fls.125 a 125-v), aparece como comprador de uns campos de criar animais vacuns na Costa da Serra, sendo vendedores o Alferes Pedro da Silva Ribeiro e sua mulher Ana Maria de Saldanha; a fazenda era denominada Faxinal da qual haviam sido senhores e possuidores o Tenente Antonio Marques de Arzão e João Damasceno de Córdova e fazia divisa com um córrego que fazia barra com o Rio Pelotas. Dessa fazenda fez acordo amigável com Manoel de Barros de Jesus, a 10-05-1791, em Lages, no escritório do mesmo tabelião, onde alteravam as divisas para um córrego que ficava a um lado do intitulado Rodeio do Meio, ficando este de então para sempre pertencendo a Matheus e do tal córrego correndo acima a procurar as cabeceiras do Capão Grande que ficava por divisa, a saber: para a parte de baixo a Matheus José e da ponta do Capão Grande vinha um ribeirão da Serra do Mar o qual serviria a ambos de divisa. Em outra escritura, vendiam uns campos denominados de "Capão Alto", recebidos como morador e povoador que fora de Lages, dados pelo Capitão-mor que então era Antonio Corrêa pinto; era comprador João José de Mattos e a escritura se fez no sítio do Capitão Manoel Rodrigues de Athaydes, seu sogro, denominado Bandeirinhas (RASBRAP, II, 1995, p. 186 e Walter Dachs, XXXIII).
Fonte: Memorial Açoriano Tomo XXIX, descendentes de Matheus José Coelho
ver todos 15

Cronologia de Mateus José de Sousa

1739
1739
Angra do Heroísmo, Ilha de Terceira, Portugal
1770
1770
31 anos
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
1789
1789
50 anos
Lages, Santa Catarina, Brazil
1792
1792
53 anos
Lages, Santa Catarina, Brazil
1796
1796
57 anos
1800
19 janeiro 1800
61 anos
Lapa, Paraná, Brazil
1804
1804
65 anos
Lages, Santa Catarina, Brazil
1809
1809
70 anos
Lages, Santa Catarina, Brazil
1821
1821
82 anos
Lages, Santa Catarina, Brazil


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