quinta-feira, 24 de novembro de 2016

oliveiras em sj


 sobre os primórdios de São Joaquim, publicado na edição de julho de 2006 do Jornal “Travessia”, abre espaço para mais considerações e esclarecimentos sobre os fatos que determinaram o nascimento de nossa história oficial. O articulista cita como suas fontes principais Enedino Batista Ribeiro e Maria Batista Nercoline.
Como depositária do acervo de Enedino B. Ribeiro gostaria de assinalar dois fatos ali citados. O primeiro deles diz respeito ao ano de fundação de São Joaquim que, segundo cópia datilografada (a original era manuscrita) da ata nº 1, em poder de Enedino, foi 1873.
A segunda observação é para caracterizar melhor um dos fundadores, João da Silva Ribeiro Júnior (1819 – 1894), mais conhecido como “Coronel João Ribeiro” (que deu nome às praças centrais de Lages e São Joaquim). Ele pertencia à já quarta geração de Ribeiros em nossa região. Seu bisavô, Manoel da Silva Ribeiro (1712 –1802), natural do norte de Portugal, tomou posse da “Sesmaria do Pelotas”, de 450 milhões de metros quadrados, na Costa da Serra, hoje Bom Jardim, mais ou menos em 1755, portanto, dezesseis anos antes da fundação da primeira cidade serrana, Lages, em 22 de maio de 1771. Pedro da Silva Ribeiro (1746 – 1835), filho mais velho de Manoel, foi o pai de João da Silva Ribeiro “Sênior” (1787 – 1868), que, ao se casar com Maria Benta de Souza (1790 – 1857), filha do açoriano Matheus José de Souza, herdou grande parte da “Fazenda do Socorro”, 200 milhões de metros quadrados, vizinha da Sesmaria ou Fazenda do Pelotas. João Sênior e Maria Benta foram os pais do Cel.João Ribeiro. Este casou-se com a prima-irmã, Ismênia Baptista de Souza, uma das herdeiras da “Fazenda São João”, que quando adquirida por seu pai, João Baptista de Souza (Inholo), chamava-se “Fazenda do Coqueiro”, localizada em São Joaquim, na divisa com o Rio Grande do Sul. O Coronel  João Ribeiro comprou e/ou permutou com os demais herdeiros, tornando-a a maior sede de fazenda daquelas paragens. Parte de sua herança em Bom Jardim vendeu aos irmãos, comprando grandes extensões de terras na Coxilha Rica, “Pinheirinhos”, “Santana”, terras de plantioem São José do Cerrito, etc. Veio a ser um dos mais ricos estancieiros da Região Serrana. Em conseqüência desse poder econômico, como era habitual na época, passou a exercer forte poder político na chefia do Partido Conservador, depois Republicano, ao acabar o Império. Foi também o segundo prefeito do município no período de 1891 a 1895, cujo mandato, porém, não terminou por ter falecido em 1894. O casal teve dez filhos.
Para os trabalhos da fundação da vila foram formados dois grupos diretivos: o primeiro, denominado “Comissão”, dirigido por Manoel Joaquim Pinto, era composto ainda por Marcos Baptista de Souza, secretário; Joaquim José de Souza, Tesoureiro; Antonio Gonçalves Padilha, Procurador. O segundo grupo, a “Mesa” (atual Conselho Fiscal), dirigido pelo Cel. João Ribeiro, era formado, além dele, por Bento Cavalheiro do Amaral, Joaquim Cavalheiro do Amaral, Manoel Saturnino de Souza e Oliveira, Joaquim da Silva Mattos e Ezírio Bento Rodrigues Nunes.
Esses dez cidadãos, ancestrais de importantes e ainda atuantes famílias serranas, dirigiram os trabalhos até abril de 1875, quando foram substituídos por outros fazendeiros da região. Parece-nos oportuno aproveitar o resgate feito por Joaquim Anacleto, para trazer à luz traços biográficos desses cidadãos, decisivos na formação do município de São Joaquim, principalmente para que nossa juventude, em sua maioria descendente dos primeiros povoadores, conheça e se orgulhe desses formadores de história.
Vamos, aos poucos, publicar, sínteses biográfico-genealógicas desses dez fundadores de São Joaquim. 

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