Gouda (prononcé AFI en néerlandais? [ˈɣʌuda], de Goudse kaas, AFI: [ˈɣʌudsə ˈkaːs], lit. "Gouda cheese") est un fromage jaune à base de lait de vache. Il porte le nom de la ville de Gouda, aux Pays-Bas, mais son nom n'est pas protégé. La Commission européenne a toutefois confirmé que le gouda néerlandais devait être protégé.[1] Les fromages fabriqués dans d'autres pays sous le nom de gouda sont cependant vendus dans le monde entier.
Fabrication artisanale et industrielle
Fabrication artisanale de fromage
Le gouda est fabriqué à partir du lait entier de vaches Holstein-frisonnes.[2] Votre lait est mélangé avec de la présure et des bactéries initiatrices de fermentation. Ce mélange est laissé au repos pendant environ deux heures. Pendant ce temps, la coagulation des protéines fait cailler le lait. Le lait caillé est ensuite tranché et travaillé en petits morceaux, qui sont ensuite placés dans des moules et passés sous une presse pour en retirer le lactosérum. Les fromages moulés sont ensuite laissés au repos puis plongés dans un bain de saumure. Après le bain de saumure, les fromages sont recouverts de paraffine pendant l'affinage. Un petit fromage mûrit en quinze jours, le plus gros prend huit mois. Le gouda peut contenir plusieurs épices.
Il y a aussi du Gouda crémeux de la marque A Vaca que ri.[3]
Format, couleurs et composition
Un fromage Gouda est de forme ronde, a une masse d'environ 15 kilogrammes et une teneur en matières grasses sèches d'au moins 48 % (généralement autour de 51 %).[4] Il y a 81% de gouda blanc, les autres types minoritaires sont le jaune, le rouge et l'orange. La couleur varie en fonction de sa maturation : après deux ans, elle présente des "reflets du soleil couchant".[5]
Le gouda artisanal est préparé avec du lait non pasteurisé et est généralement appelé boerenkaas, du mot néerlandais pour boer fermier, et kaas, fromage.
Le temps de maturation varie généralement de deux semaines à deux ans. Il y a aussi un gouda de Noël, affiné environ trente-six mois. Ce gouda "extra-vieux" s'appelle brokkelkaas.[6]
Sans oublier le gouda au cumin (gouda komijn), dont l'origine remonte au XIVe siècle : Erasme mentionne dans son Memoriam ab liturgis un « furmagium us cuminus », que les historiens hollandais du XIXe siècle traduisaient par « fromage au cumin ». En réalité, cette phrase d'Erasme faisait référence à un discours de Cicéron au Sénat romain demandant un soutien à la guerre contre les Suèves.
Production, marché et consommation
En 1862, ce fromage était considéré comme l'un des meilleurs des Pays-Bas.[7]
domingo, 29 de abril de 2018
ORIGEM DO GOUDA
domingo, 15 de abril de 2018
artes enem 2017-RESP ESTA ENTRE PARENTESES
28 QUEST-Revista Bolsa, 1986. In: CARRASCOZA, J. A. A evolução do texto publicitário: a associação
de palavras como elemento de sedução na publicidade. São Paulo: Futura, 1999 (adaptado).
Nesse cartaz publicitário de uma empresa de papel e
celulose, a combinação dos elementos verbais e não
verbais
visa .(E) construir uma imagem positiva do anunciante, ao associar a exploração alegadamente sustentável à produção de livros.
QUESTÃO 29 Fim de semana no parque Olha o meu povo nas favelas e vai perceber Daqui eu vejo uma caranga do ano Toda equipada e o tiozinho guiando Eufóricos brinquedos eletrônicos Automaticamente eu imagino A molecada lá da área como é que tá Provavelmente correndo pra lá e pra cá Jogando bola descalços nas ruas de terra É, brincam do jeito que dá [...] Olha só aquele clube, que da hora Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha Olha quanta gente Tem sorveteria, cinema, piscina quente [...] Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo Pra molecada frequentar nenhum incentivo O investimento no lazer é muito escasso O centro comunitário é um fracasso RACIONAIS MCs. Racionais MCs. São Paulo: Zimbabwue, 1994 (fragmento).pelas atividades de lazer.( D) implica condições desiguais de acesso ao lazer, pela falta de infraestrutura e investimentos em equipamentos. E aponta para o predomínio do lazer contemplativo, nas classes favorecidas economicamente; e do prático, nas menos favorecidas.
QUESTÃO 30
TEXTO I SPETO. Museu Afro Brasil, 2009. Disponível em: www.diariosp.com.br. Acesso em: 25 set. 2015. TEXTO II Speto Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é skate e a música. O fortalecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela oportunidade de ver de perto as referências que trazia há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte do Brasil em uma turnê com a banda O Rappa. Revista Zupi, n. 19, 2010. Brasil, revela elementos da cultura brasileira reconhecidos A Fia da expressão abstrata. B na representação de lendas nacionais. C na inspiração das composições musicais.( D) nos traços marcados pela xilogravura nordestina. E nos usos caracterís¿smos dos skates. -
QUESTÃO 31 ERNESTO NETO. Dengo. 2010. MAM-SP, 2010. Disponível em: http://espacohumus.com. Acesso em: 25 abr. 2017. A instalação Dengo transformou a sala do MAM-SP em um ambiente singular, explorando como principal característica artística a( A) participação do público na interação lúdica com a obra.
QUESTÃO 32
Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva torrencial da noite anterior, saí a caminhar com o sol ainda escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos da vida na roça. Num demorou nem um tiquinho e o cheiro intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as narinas e fez a fome se acordar daquela rema letárgica derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até a água que corria pela bica feita de bambu e o contato gelado foi de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em concha até o rosto. Com o impacto, recuei e me faltou o fôlego por alguns instantes, mas o despertar foi imediato. Já aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar a fome e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. ) uma senhora acompanhada de um garoto aparentando uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa em proseio íntimo com a dona da casa. Depois de um pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas de bordas avermelhadas. GUIÃO, M. Disponível em: www.revistaecologico.com.br. Acesso em: 10 mar. 2014 (adaptado). A variedade linguística da narrativa é adequada à descrição dos fatos. Por isso, a escolha de determinadas palavras e expressões usadas no texto está a serviço da A B composição da verossimilhança do ambiente retratado.
C restrição do papel do narrador à observação das cenas relatadas. D construção mística das personagens femininas pelo autor do texto. E caracterização das preferências linguísticas da personagem masculina.
] QUESTÃO 33 Zé Araújo começou a cantar num tom triste, dizendo aos curiosos que começaram a chegar que uma mulher tinha se ajoelhado aos pés da santa cruz e jurado em nome de Jesus um grande amor, mas jurou e não cumpriu, você pecou, o coração tem razões que a própria razão desconhece, faz promessas e juras, depois esquece. O caboclo estava triste e inspirado. Depois dessa canção que arrepiou os cabelos da Neusa, emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena. Era a história de uma boneca encantadora vista numa vitrine de cristal sobre o soberbo pedestal. Zé Araújo fechava os olhos e soltava a voz: Seus cabelos tinham a cor/ Do sol a irradiar/ Fulvos raios de amor./ Seus olhos eram circúnvagos/ Do romantismo azul dos lagos/ Mãos liriais, uns braços divinais,/ Um corpo alvo sem par/ E os pés Vênus. CASTRO, N. L. As pelejas deSão Paulo: Arx, 2006 (adaptado). O comentário do narrador do romance “[...] emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena” relaciona-se ao fato de que essa valsa é representativa de uma variedade linguística A detentora de grande prestígio social. B
C previsível para o contexto social da narrativa. D constituída de construções sintáticas complexas. E valorizadora do conteúdo em detrimento da forma.
QUESTÃO 34 A lavadeira começou a viver como uma serviçal que impõe respeito e não mais como escrava. Mas essa regalia súbita foi efêmera. Meus irmãos, nos frequentes deslizes que adulteravam este novo relacionamento, eram dardejados pelo olhar severo de Emilie; eles nunca suportaram de bom grado que uma índia passasse a comer na mesa da sala, usando os mesmos talheres e pratos, e comprimindo com os lábios o mesmo cristal dos copos e a mesma porcelana das xícaras de café. Uma espécie de asco e repulsa tingia-lhes o rosto, já não comiam com a mesma saciedade e recusavam-se a elogiar os pastéis de picadinho de carneiro, os folheados de nata e tâmara, e o arroz com amêndoas, dourado, exalando um cheiro de cebola tostada. Aquela mulher, sentada e muda, com o rosto rastreado de rugas, era capaz de tirar o sabor e o odor dos alimentos e de suprimir a voz e o gesto como se o seu silêncio ou a sua presença que era só silêncio impedisse o outro de viver. HATOUM, M. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Cia. das Letras, 2000. Ao apresentar uma situação de tensão em família, o narrador destila, nesse fragmento, uma percepção das relações humanas e sociais demarcada pelo A predomínio dos estigmas de classe e de raça sobre a intimidade da convivência. B discurso da manutenção de uma ética doméstica contra a subversão dos valores. C desejo de superação do passado de escassez em prol do presente de abastança. D sentimento de insubordinação à autoridade representada pela matriarca da família. E rancor com a ingratidão e a hipocrisia geradas pelas mudanças nas regras da casa. *
- 1º dia | Caderno 2 - AMARELO - Página 15 QUESTÃO 35. Acesso em: 15 maio 2017 (adaptado). Campanhas publicitárias podem evidenciar problemas A alertar os homens agressores sobre as consequências de seus atos. B conscientizar a população sobre a necessidade de denunciar a violência doméstica. C instruir as mulheres sobre o que fazer em casos de agressão. D despertar nas crianças a capacidade de reconhecer atos de violência doméstica. E exigir das autoridades ações preventivas contra a violência doméstica.
QUESTÃO 36
TEXTO I Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou. LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989. TEXTO II Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie — nem sequer mental ou de sonho —, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa movida. PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: Brasiliense, 1986. A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. A função que predomina nos textos I e II A destaca o “como” se elabora a mensagem, considerando-se a seleção, combinação e sonoridade do texto. B coloca o foco no “com o quê” se constrói a mensagem, sendo o código utilizado o seu próprio objeto. C focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando seu posicionamento e suas impressões pessoais. D orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, estimulando a mudança de seu comportamento. E enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada com palavras precisas e objetivas.
QUESTÃO 37 Contra narciso em mim eu vejo o outro e outro e outro
trens passando vagões cheios de gente centenas o outro que há em mim é você você e você assim como eu estou em você eu estou nele em nós e só quando estamos em nós estamos em paz mesmo que estejamos a sós /(0,16., 3 Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013. A busca pela identidade constitui uma faceta da tradição literária, redimensionada pelo olhar contemporâneo. No poema, essa nova dimensão revela a A ausência de traços identitários. B angústia com a solidão em público. C valorização da descoberta do “eu” autêntico. D percepção da empatia como fator de autoconhecimento. E impossibilidade de vivenciar experiências de pertencimento. *
* LC - 1º dia | Caderno 2 - AMARELO - Página 16 QUESTÃO 38 O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, Não sou daqui, Anda à procura de comida, Sim, há quatro dias que não comemos, E como sabe que são quatro dias, É um cálculo, Está sozinha, Estou com o meu marido e uns Só estamos de passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde que a cegueira começou, Ah, sim, a quarentena, não serviu de nada, Por que diz isso, Deixaram-nos sair, Houve um incêndio e nesse momento percebemos que os soldados que nos vigiavam tinham desaparecido, E saíram, Sim, Os vossos soldados devem ter sido dos últimos a cegar, toda a gente está cega, Toda a gente, a cidade toda, o país, SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras, 1995. A cena retrata as experiências das personagens em um país atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação de determinadas regras de pontuação A revela uma incompatibilidade entre o sistema de pontuação convencional e a produção do gênero romance. B provoca uma leitura equivocada das frases interrogativas e prejudica a verossimilhança. C singulariza o estilo do autor e auxilia na representação do ambiente caótico. D representa uma exceção às regras do sistema de pontuação canônica. E colabora para a construção da identidade do narrador pouco escolarizado. QUESTÃO 39 TEXTO I TEXTO II No verão de 1954, o artista Robert Rauschenberg (n.1925) criou o termo combine para se referir a suas novas obras que possuíam aspectos tanto da pintura como da escultura. Em 1958, Cama foi selecionada para ser incluída em uma exposição de jovens artistas americanos e italianos no Festival dos Dois Mundos em Spoleto, na Itália. Os responsáveis pelo festival, entretanto, se recusaram a expor a obra e a removeram para um depósito. Embora o mundo da arte debatesse a inovação de se pendurar uma cama numa parede, Rauschenberg considerava sua obra “um dos quadros mais acolhedores que já pintei, mas sempre tive medo de que alguém . Cama. Óleo e lápis em travesseiro, colcha e folha em suporte de madeira. 191,1 x 80 x 20,3 cm. Museu de Arte Moderna de Nova York, 1995. Disponível em: www.moma.org. Acesso em: 8 jun. 2017. DEMPSEY, A. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte moderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. artístico que se caracterizava pela A dissolução das tonalidades e dos contornos, revelando uma produção rápida. B exploração insólita de elementos do cotidiano, dialogando com os ready-mades. C D incorporação das transformações tecnológicas, valorizando o dinamismo da vida moderna. E
visa .(E) construir uma imagem positiva do anunciante, ao associar a exploração alegadamente sustentável à produção de livros.
QUESTÃO 29 Fim de semana no parque Olha o meu povo nas favelas e vai perceber Daqui eu vejo uma caranga do ano Toda equipada e o tiozinho guiando Eufóricos brinquedos eletrônicos Automaticamente eu imagino A molecada lá da área como é que tá Provavelmente correndo pra lá e pra cá Jogando bola descalços nas ruas de terra É, brincam do jeito que dá [...] Olha só aquele clube, que da hora Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha Olha quanta gente Tem sorveteria, cinema, piscina quente [...] Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo Pra molecada frequentar nenhum incentivo O investimento no lazer é muito escasso O centro comunitário é um fracasso RACIONAIS MCs. Racionais MCs. São Paulo: Zimbabwue, 1994 (fragmento).pelas atividades de lazer.( D) implica condições desiguais de acesso ao lazer, pela falta de infraestrutura e investimentos em equipamentos. E aponta para o predomínio do lazer contemplativo, nas classes favorecidas economicamente; e do prático, nas menos favorecidas.
QUESTÃO 30
TEXTO I SPETO. Museu Afro Brasil, 2009. Disponível em: www.diariosp.com.br. Acesso em: 25 set. 2015. TEXTO II Speto Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é skate e a música. O fortalecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela oportunidade de ver de perto as referências que trazia há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte do Brasil em uma turnê com a banda O Rappa. Revista Zupi, n. 19, 2010. Brasil, revela elementos da cultura brasileira reconhecidos A Fia da expressão abstrata. B na representação de lendas nacionais. C na inspiração das composições musicais.( D) nos traços marcados pela xilogravura nordestina. E nos usos caracterís¿smos dos skates. -
QUESTÃO 31 ERNESTO NETO. Dengo. 2010. MAM-SP, 2010. Disponível em: http://espacohumus.com. Acesso em: 25 abr. 2017. A instalação Dengo transformou a sala do MAM-SP em um ambiente singular, explorando como principal característica artística a( A) participação do público na interação lúdica com a obra.
QUESTÃO 32
Naquela manhã de céu limpo e ar leve, devido à chuva torrencial da noite anterior, saí a caminhar com o sol ainda escondido para tomar tenência dos primeiros movimentos da vida na roça. Num demorou nem um tiquinho e o cheiro intenso do café passado por Dona Linda me invadiu as narinas e fez a fome se acordar daquela rema letárgica derivada da longa noite de sono. Levei as mãos até a água que corria pela bica feita de bambu e o contato gelado foi de arrepiar. Mas fui em frente e levei as mãos em concha até o rosto. Com o impacto, recuei e me faltou o fôlego por alguns instantes, mas o despertar foi imediato. Já aceso, entrei na cozinha na buscação de derrubar a fome e me acercar do aconchego do calor do fogão à lenha. ) uma senhora acompanhada de um garoto aparentando uns cinco anos de idade já aboletada na ponta da mesa em proseio íntimo com a dona da casa. Depois de um pipocavam por seu corpo, provocando pequenas pústulas de bordas avermelhadas. GUIÃO, M. Disponível em: www.revistaecologico.com.br. Acesso em: 10 mar. 2014 (adaptado). A variedade linguística da narrativa é adequada à descrição dos fatos. Por isso, a escolha de determinadas palavras e expressões usadas no texto está a serviço da A B composição da verossimilhança do ambiente retratado.
C restrição do papel do narrador à observação das cenas relatadas. D construção mística das personagens femininas pelo autor do texto. E caracterização das preferências linguísticas da personagem masculina.
] QUESTÃO 33 Zé Araújo começou a cantar num tom triste, dizendo aos curiosos que começaram a chegar que uma mulher tinha se ajoelhado aos pés da santa cruz e jurado em nome de Jesus um grande amor, mas jurou e não cumpriu, você pecou, o coração tem razões que a própria razão desconhece, faz promessas e juras, depois esquece. O caboclo estava triste e inspirado. Depois dessa canção que arrepiou os cabelos da Neusa, emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena. Era a história de uma boneca encantadora vista numa vitrine de cristal sobre o soberbo pedestal. Zé Araújo fechava os olhos e soltava a voz: Seus cabelos tinham a cor/ Do sol a irradiar/ Fulvos raios de amor./ Seus olhos eram circúnvagos/ Do romantismo azul dos lagos/ Mãos liriais, uns braços divinais,/ Um corpo alvo sem par/ E os pés Vênus. CASTRO, N. L. As pelejas deSão Paulo: Arx, 2006 (adaptado). O comentário do narrador do romance “[...] emendou com uma valsa mais arretada ainda, cheia de palavras difíceis, mas bonita que só a gota serena” relaciona-se ao fato de que essa valsa é representativa de uma variedade linguística A detentora de grande prestígio social. B
C previsível para o contexto social da narrativa. D constituída de construções sintáticas complexas. E valorizadora do conteúdo em detrimento da forma.
QUESTÃO 34 A lavadeira começou a viver como uma serviçal que impõe respeito e não mais como escrava. Mas essa regalia súbita foi efêmera. Meus irmãos, nos frequentes deslizes que adulteravam este novo relacionamento, eram dardejados pelo olhar severo de Emilie; eles nunca suportaram de bom grado que uma índia passasse a comer na mesa da sala, usando os mesmos talheres e pratos, e comprimindo com os lábios o mesmo cristal dos copos e a mesma porcelana das xícaras de café. Uma espécie de asco e repulsa tingia-lhes o rosto, já não comiam com a mesma saciedade e recusavam-se a elogiar os pastéis de picadinho de carneiro, os folheados de nata e tâmara, e o arroz com amêndoas, dourado, exalando um cheiro de cebola tostada. Aquela mulher, sentada e muda, com o rosto rastreado de rugas, era capaz de tirar o sabor e o odor dos alimentos e de suprimir a voz e o gesto como se o seu silêncio ou a sua presença que era só silêncio impedisse o outro de viver. HATOUM, M. Relato de um certo Oriente. São Paulo: Cia. das Letras, 2000. Ao apresentar uma situação de tensão em família, o narrador destila, nesse fragmento, uma percepção das relações humanas e sociais demarcada pelo A predomínio dos estigmas de classe e de raça sobre a intimidade da convivência. B discurso da manutenção de uma ética doméstica contra a subversão dos valores. C desejo de superação do passado de escassez em prol do presente de abastança. D sentimento de insubordinação à autoridade representada pela matriarca da família. E rancor com a ingratidão e a hipocrisia geradas pelas mudanças nas regras da casa. *
- 1º dia | Caderno 2 - AMARELO - Página 15 QUESTÃO 35. Acesso em: 15 maio 2017 (adaptado). Campanhas publicitárias podem evidenciar problemas A alertar os homens agressores sobre as consequências de seus atos. B conscientizar a população sobre a necessidade de denunciar a violência doméstica. C instruir as mulheres sobre o que fazer em casos de agressão. D despertar nas crianças a capacidade de reconhecer atos de violência doméstica. E exigir das autoridades ações preventivas contra a violência doméstica.
QUESTÃO 36
TEXTO I Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos grandes escritores, em cuja linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou. LIMA, C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989. TEXTO II Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie — nem sequer mental ou de sonho —, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa movida. PESSOA, F. O livro do desassossego. São Paulo: Brasiliense, 1986. A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. A função que predomina nos textos I e II A destaca o “como” se elabora a mensagem, considerando-se a seleção, combinação e sonoridade do texto. B coloca o foco no “com o quê” se constrói a mensagem, sendo o código utilizado o seu próprio objeto. C focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando seu posicionamento e suas impressões pessoais. D orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, estimulando a mudança de seu comportamento. E enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada com palavras precisas e objetivas.
QUESTÃO 37 Contra narciso em mim eu vejo o outro e outro e outro
trens passando vagões cheios de gente centenas o outro que há em mim é você você e você assim como eu estou em você eu estou nele em nós e só quando estamos em nós estamos em paz mesmo que estejamos a sós /(0,16., 3 Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013. A busca pela identidade constitui uma faceta da tradição literária, redimensionada pelo olhar contemporâneo. No poema, essa nova dimensão revela a A ausência de traços identitários. B angústia com a solidão em público. C valorização da descoberta do “eu” autêntico. D percepção da empatia como fator de autoconhecimento. E impossibilidade de vivenciar experiências de pertencimento. *
* LC - 1º dia | Caderno 2 - AMARELO - Página 16 QUESTÃO 38 O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, Não sou daqui, Anda à procura de comida, Sim, há quatro dias que não comemos, E como sabe que são quatro dias, É um cálculo, Está sozinha, Estou com o meu marido e uns Só estamos de passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde que a cegueira começou, Ah, sim, a quarentena, não serviu de nada, Por que diz isso, Deixaram-nos sair, Houve um incêndio e nesse momento percebemos que os soldados que nos vigiavam tinham desaparecido, E saíram, Sim, Os vossos soldados devem ter sido dos últimos a cegar, toda a gente está cega, Toda a gente, a cidade toda, o país, SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras, 1995. A cena retrata as experiências das personagens em um país atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação de determinadas regras de pontuação A revela uma incompatibilidade entre o sistema de pontuação convencional e a produção do gênero romance. B provoca uma leitura equivocada das frases interrogativas e prejudica a verossimilhança. C singulariza o estilo do autor e auxilia na representação do ambiente caótico. D representa uma exceção às regras do sistema de pontuação canônica. E colabora para a construção da identidade do narrador pouco escolarizado. QUESTÃO 39 TEXTO I TEXTO II No verão de 1954, o artista Robert Rauschenberg (n.1925) criou o termo combine para se referir a suas novas obras que possuíam aspectos tanto da pintura como da escultura. Em 1958, Cama foi selecionada para ser incluída em uma exposição de jovens artistas americanos e italianos no Festival dos Dois Mundos em Spoleto, na Itália. Os responsáveis pelo festival, entretanto, se recusaram a expor a obra e a removeram para um depósito. Embora o mundo da arte debatesse a inovação de se pendurar uma cama numa parede, Rauschenberg considerava sua obra “um dos quadros mais acolhedores que já pintei, mas sempre tive medo de que alguém . Cama. Óleo e lápis em travesseiro, colcha e folha em suporte de madeira. 191,1 x 80 x 20,3 cm. Museu de Arte Moderna de Nova York, 1995. Disponível em: www.moma.org. Acesso em: 8 jun. 2017. DEMPSEY, A. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da arte moderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. artístico que se caracterizava pela A dissolução das tonalidades e dos contornos, revelando uma produção rápida. B exploração insólita de elementos do cotidiano, dialogando com os ready-mades. C D incorporação das transformações tecnológicas, valorizando o dinamismo da vida moderna. E
quinta-feira, 12 de abril de 2018
historia da arte
História da arte |
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Por período |
Por expressão artística. |
História da arte é a história de qualquer atividade ou produto realizado pelo Homem com propósito estético ou comunicativo, enquanto expressão de ideias, emoções ou formas de ver o mundo. Ao longo do tempo, as artes visuais têm sido classificadas de várias formas diferentes, desde a distinção medieval entre as artes liberais e as artes mecânicas, até à distinção moderna entre belas artes e artes aplicadas, ou às várias definições contemporâneas, que definem arte como a manifestação da criatividade humana. O alargamento da lista das principais artes durante o século XX definiu nove: arquitetura, dança, escultura, música, pintura, poesia (aqui definida em sentido lato como forma de literatura com um propósito ou função estética, o que inclui também o teatro e a narrativa literária), o cinema, a fotografia e a banda desenhada. Quando considerada a sobreposição de termos entre as artes plásticas e as artes visuais, inclui-se também o design e as artes gráficas. Para além das formas tradicionais de expressão artística, como a moda ou a gastronomia, estão a ser considerados como arte novos meios de expressão, como o vídeo, arte digital, performance, a publicidade, a animação, a televisão e os jogos de computador.
A "história da arte" é uma ciência multidisciplinar que procura estudar de modo objetivo a arte através do tempo, classificando as diferentes formas de cultura, estabelecendo a sua periodização e salientando as características artísticas distintivas e influentes. O estudo da história da arte teve início durante o Renascimento, ainda que limitado à produção artística da civilização ocidental. No entanto, ao longo do tempo foi-se impondo uma visão alargada da história artística, procurando-se compreender e analisar a produção artística de todas as civilizações sob a perspectiva dos seus próprios valores culturais.
Hoje em dia, a arte desfruta de uma ampla rede de estudo, difusão e preservação de todo o legado artístico da humanidade ao longo da História. Durante o século XX assistiu-se à proliferação de instituições, fundações, museus, e galerias, tanto no sector público como privado, dedicados à análise e catalogação de obras de arte e exposições destinadas ao público em geral. A evolução dos média foi crucial para o desenvolvimento e difusão da arte. Os eventos internacionais, como as bienais de Veneza ou de São Paulo ou a Documenta contribuíram bastante para a formação de novos estilos e tendências. Os prémios, como o Prémio Turner, o Prémio Wolf de Artes, o Prémio Pritzker de arquitetura, o Prémio Pulitzer de fotografia ou os Óscares do cinema promovem também as melhoras obras criativas a nível internacional. As instituições como a UNESCO, através da criação de listas do Património Mundial, apoiam também a conservação dos mais significativos monumentos mundiais.
Índice
[esconder]Pré-história
Ver artigo principal: Arte da Pré-História
Os primeiros artefactos tangíveis que podem ser considerados arte aparecem na Idade da Pedra (Paleolítico superior, Mesolítico e neolítico). Durante o Paleolítico (25000 - 8000 a.C.) o Homem era ainda caçador-coletor, habitando cavernas que viriam a ser os primeiros suportes de arte rupestre.[1] Após o período de transição do Mesolítico, é durante o Neolítico (6000-3000 a.C.) que o Homem se sedentariza e inicia a prática da agricultura. À medida que as sociedades se tornam cada vez mais complexas e a religião ganha importância, tem início a produção de artesanato. Durante a Idade do Bronze (c. 3000-1000 a.C.), têm início as primeiras civilizações proto-históricas.
Paleolítico
Ver artigo principal: Arte do Paleolítico
As primeiras manifestações artísticas durante o Paleolítico dão-se por volta de 25.000 a.C., atingindo o auge na época da Cultura Magdaleniana (c. 15000-8000 a.C). Os primeiros vestígios de objetos produzidos pelo Homem foram encontrados na África meridional, no Mediterrâneo ocidental, na Europa Central e de Leste (no mar Adriático), na Sibéria (Lago Baical), Índia e Austrália. Estes primeiros vestígios são geralmente ferramentas em pedra (sílex e obsidiana), madeira ou osso. Na pintura era usado óxido de ferropara obter vermelho, dióxido de manganés para obter preto e argila para obter o ocre.[2] A arte deste período que sobreviveu até aos nossos dias é composta sobretudo por pequenos entalhes em pedra e osso ou arte rupestre, esta última forma presente sobretudo na região cantábrica e no sudoeste de França, como nas cavernas de Altamira ou Lascaux. As pinturas são de carácter fundamentalmente religioso e mágico ou representações naturalistas de animais. Os trabalhos de escultura são representados pelas estatuetas de vénus como a Vénus de Willendorf, figuras femininas provavelmente usadas em cultos de fertilidade.[3]
Neolítico
O Neolítico representa uma alteração profunda para o Homem, que se sedentariza e inicia a prática da agricultura e pastorícia, ao mesmo tempo que se desenvolve a religião e formas complexas de interação social.[4] Nos sítios de arte rupestre da bacia mediterrânica da Península Ibérica, assim como no norte de África e na região do atual Zimbabué, foram encontrados várias representações esquemáticas figurativas, em que o homem é representado através de uma cruz e a mulher através de uma forma triangular. Entre os artefatos de arte móvel, um dos exemplos mais notáveis é a cultura da cerâmica cardial, decorada com gravuras de conchas. São utilizados novos materiais, como o âmbar, quartzo e o jaspe. Durante este período podem ainda ser observados os primeiros sinais de planimetria urbana, como nos vestígios de Tell as-Sultan, Jarmo e Çatalhüyük.[5]
Idade dos metais
O último período pré-histórico é a Idade dos Metais, durante a qual as sociedades dão início à produção, transformação e o trabalho de elementos como o cobre, bronze e ferro. Durante o calcolítico surge a cultura megalítica, notável pelos monumentos de pedra ((dólmens, menires e cromeleques) como Stonehenge).[4] Na Península Ibérica surgem as culturas de Los Millares e do vaso campaniforme, caracterizadas pelas figuras humanas com olhos de grande dimensão. São também notáveis os templos megalíticos de Malta. As culturas megalíticas das Ilhas Baleares apresentam monutentos característicos, como a naveta, um túmulo com a forma de uma pirâmide truncada e câmara funerária alingada; a taula e o talayot.[6]
Durante a Idade do Ferro, as culturas de Hallstatt (Áustria) e La Tène (Suiça) marcam as fases mais significativas na Europa. A cultura de Hallstatt desenvolveu-se entre os séculos V e IV a.C. A cerâmica era policromática, com decorações geométricas e apliques de ornamentos metálicos. La Tène desenvolveu-se no mesmo período, sendo também conhecida como Arte celta primitiva. A produção artística focou-se sobretudo em objectos de ferro, como espadas e lanças, e em bronze, como nos escudos profusamente decorados e em fíbulas, ao longo de diversos estágios evolutivos do estilo (La Tène I, II e III). A decoração foi influenciada pela arte Grega, Estrusca e Cita.[7]
- Complexo megalítico de Stonehenge
- Carruagem de guerra de Trundholm (Dinamarca)
Arte Antiga
Ver artigo principal: Arte da Antiguidade
Arte antiga, ou arte da antiguidade, designa as criações artísticas do primeiro período da História que se inicia com a invenção da escrita, e durante o qual aparecem as primeiras grandes cidades nas margens dos rios Nilo, Tigre, Eufrates, Indo e Amarelo e se destacam as grandes civilizações do Médio Oriente (Egípcia e Mesopotâmica). Ao contrário de períodos anteriores, as manifestações artísticas ocorreram em todas as culturas de todos os continentes.
Um dos maiores progressos deste período foi a invenção da escrita, criada sobretudo a partir da necessidade de manter registos de natureza económica e comercial. A primeira forma de escrita foi a cuneiforme, surgida na Mesopotâmia por volta de 3500 a.C., baseada em elementos pictográficos e ideográficos e registada em suportes de argila. Os sumérios desenvolveriam mais tarde a escrita com sílabas, enquanto que a escrita Egípcia recorria a hieróglifos. A língua hebraica foi uma das primeiras a utilizar um alfabeto, que atribui um símbolo a cada fonema.[8]
Mesopotâmia
Ver artigo principal: Arte da Mesopotâmia
A arte mesopotâmica surgiu na região entre os rios Tigre e Eufrates, no que é actualmente a Síria e o Iraque, território onde a partir do século IV a.C. coexistiram várias culturas, entre as quais a Suméria, o Império Acádio, os Amoritas e os Caldeus. A arquitetura mesopotâmica caracterizou-se pelo uso de tijolo, lintéis e pela introdução de elementos construtivos como o arco e a abóbada. São particularmente notáveis os zigurates, templos de grandes dimensões no formato de pirâmide de degraus, dos quais praticamente não restam vestígios para além das suas bases. O túmulo era geralmente um corredor, com a câmara funerária coberta por falsa cúpula.
As principais técnicas escultóricas eram os entalhes e relevos. As peças abordavam temas religiosos, militares e de caça, sendo representadas figuras animais e humanas, reais ou mitológicas. Durante o período sumério eram comuns as estatuetas de formas angulares, em pedra colorida, sem cabelo e de mãos no peito. Durante o período Acádio as figuras apresentavam cabelos e barba longos, como na estela de Naram-Sin. Do período Amorita, é notável a estatueta do rei Gudea, enquanto o objecto mais notável do domínio babilónico é a estela de Hamurabi. Na escultura assíria é assinalável o antropomorfismo do gado e o motivo recorrente do génio alado, observado em inúmeros relevos com cenas de guerra e de caça, como no Obelisco Negro.[9]
Com a introdução da escrita surge também a literatura enquanto forma de expressão da criatividade humana. Entre as mais significativas obras de literatura suméria estão a Epopeia de Gilgamesh, escrita no século XVII a.C e na qual são narrados trinta mitos acerca das mais importantes divindades sumérias e acádias, ou o poema moral e didático Lugal ud melambi Nirpal'. No período Acádio a obra mais relevante é a Epoipeia de Atrahasis na qual se narra o mito do Dilúvio. A obra mais notável de literatura babilónica é o poema Enuma Elish, que descreve a criação do mundo.[10]
A música surge na região entre o 3º e 4º milénios a.C., usada nos templos sumérios onde os sacerdotes entoavam hinos e salmos (ersemma) aos deuses. O canto litúrgico era composto em responsórios – alternando entre os sacerdotes e o coro – e antífonas – alternando entre dois coros. Entre os instrumentos mais utilizados estão o tigi (flauta), balag(tambor), lilis (antecessor do tímpano), algar (lira), zagsal (harpa) e adapa (pandeiro).[11]
- Epopeia de Gilgamexeescrita em argila, Nínive
Egito
Ver artigo principal: Arte do Antigo Egito
É no Antigo Egito que surge uma das primeiras grandes civilizações, com obras de arte elaboradas e complexas, e durante a qual ocorre a especialização profissional do artista. A arte egípcia era intensamente religiosa e simbólica, com uma estrutura de poder centralizada e hierárquica, e na qual se deva especial importância ao conceito religioso de imortalidade, sobretudo do faraó, para o qual se erguiam monumentos colossais. A arte egípcia abrange o período entre 3000 a.C e a conquista do Egito por Alexandre, o Grande. No entanto, a sua influência perdurou até à arte copta e bizantina.
A Arquitetura do Antigo Egito caracteriza-se pela sua monumentalidade, conseguida através do uso de blocos de pedra de grandes dimensões, linteis e colunas sólidas. O elemento mais notável são os monumentos funerários, agrupados em três tipos principais: as mastabas, túmulos de forma rectangular; as pirâmides, de faces regulares ou em escada; e os hipogeus, túmulos subterrâneos. Os outros edifícios de grande dimensão são os templos, complexos monumentais antecedidos por uma avenida de esfinges e obeliscos, à qual se sucedem dois pilones trapezoidais, o hipostilo e finalmente o santuário.
A pintura caracteriza-se pela justaposição de planos sobrepostos. As imagens eram representadas hierarquicamente, isto é, o faraó é maior que os súbditos ou inimigos ao seu lado. Os egípcios pintavam a cabeça e os membros de perfil, enquanto os ombros e olhos eram pintados de frente. Houve uma evolução significativa nas artes aplicadas, sobretudo o trabalho em madeira e metal, que deram origem a obras exímias de mobiliário em cedro entalhada com ébano e marfim.[12]
- Pintura mural da câmara funerária de Amenemhet, Império Novo, (séc. XV a.C.).
- Máscara funeraria de Tutankamon.
Arte medieval (c. 300-1350)
Ver artigo principal: Arte medieval
A arte medieval, sendo uma derivação direta da arte romana, inicia com a arte paleocristã, após a oficialização do cristianismo como religião do Império Romano. Trabalharam as formas clássicas para interpretar a nova doutrina religiosa. Porém, logo o estilo clássico se pulverizou em uma multiplicidade de escolas regionais, com o aparecimento de formas mais esquemáticas e simplificadas. Na arquitetura destacou-se como o tipo basílica, enquanto que na escultura os sarcófagos assumiram papel destacado, bem como os mosaicos e as pinturas das catacumbas. A etapa seguinte constituiu a chamada arte bizantina, incorporando influências orientais e gregas, e tendo no ícone e nos mosaicos seus gêneros principais. A arte românica seguiu-lhe paralelamente, recebendo a influência de povos bárbaros como os germânicos, celtas e godos. Foi o primeiro estilo de arte internacional depois da queda do Império Romano. Eminentemente religiosa, a maioria da arte românica visa a exaltação e difusão do cristianismo. A arquitetura enfatiza o uso de abóbadas e arcos, começando a construção de grandes catedrais, que continuará durante o gótico. A escultura se desenvolveu principalmente no âmbito arquitetônico, com formas esquematizadas. A arte gótica se desenvolveu entre os séculos XII e XVI, sendo um momento de florescimento econômico e cultural. A arquitetura foi profundamente alterada a partir da introdução do arco ogival e do arcobotante, nascendo formas mais leves e mais dinâmicas, que possibilitaram a construção de edifícios mais altos e com aberturas maiores, tipificados na catedral gótica. A escultura continua principalmente enquadrada na obra arquitetônica, mas começou a desenvolver-se de forma autônoma, com formas mais realistas e elegantes inspirados pela natureza e, em parte, numa recuperação de influências clássicas. Aparecem grandes retábulos escultóricos e a pintura desenvolve técnicas inovadoras como o óleo e a têmpera, criando-se obras de grande detalhamento.[13]
- Imagem do Bom Pastor na catacumba de São Calisto
- Mosaico bizantino em San Vitale de Ravena
- Página do Livro de Kellsda arte hiberno-saxónica, no perído românico
- Fachada principal da Catedral de Amiens, gótica
Arte na Idade Moderna (c. 1350-1850)
Ver artigo principal: Modernismo
A Idade Moderna inicia no Renascimento, período de grande esplendor cultural na Europa. A religião deu lugar a uma concepção científica do homem e do universo, no sistema do humanismo. As novas descobertas geográficas levaram a civilização europeia a se expandir para todos os continentes, e através da invenção da imprensa a cultura se universalizou. Sua arte foi inspirada basicamente na arte clássica greco-romana e na observação científica da natureza. Entre seus expoentes estão Filippo Brunelleschi, Leon Battista Alberti, Bramante, Donatello, Leonardo da Vinci, Dante Alighieri, Petrarca, Rafael, Dürer, Palestrina e Lassus. Sua continuação produziu o Maneirismo, com a emergência de um maior individualismo e um senso de drama e extravagância, proliferando em inúmeras escolas regionais. Também foi importante nesta fase a disputa entre protestantes e católicos contra-reformistas, com repercussões na arte sacra. Shakespeare, Cervantes, Camões, Andrea Palladio, Parmigianino, Monteverdi, El Greco e Michelangelo são alguns de seus representantes mais notórios. No período barroco fortaleceram-se os Estados nacionais, dando origem ao absolutismo. Como reflexo disso a arte se torna suntuosa e grandiloquente, privilegiando os contrastes acentuados, o senso de drama e o movimento. Firmam-se grandes escolas em vários países, como na Itália, França, Espanha e Alemanha. São nomes fundamentais do período Góngora, Vieira, Molière, Donne, Bernini, Bach, Haendel, Lully, Pozzo, Borromini, Caravaggio, Rubens, Poussin, Lorrain, Rembrandt, Ribera, Zurbarán, Velázquez, entre uma multidão de outros.[14]
Sua sequência foi o Rococó, surgido a partir de meados do século XVIII, com formas mais leves e elegantes, privilegiando o decorativismo, a sofisticação aristocrática e a sensibilidade individual. Ao mesmo tempo se firmava uma corrente iluminista, pregando o primado da razão e um retorno à natureza. Foram importantes, por exemplo, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, Carl Philipp Emanuel Bach, Jean-Antoine Houdon, Antoine Watteau, Jean-Honoré Fragonard, Joshua Reynolds e Thomas Gainsborough. No final do século emergem duas correntes opostas: o Romantismo e o Neoclassicismo, que dominarão até meados do século XIX, às vezes em sínteses ecléticas, como na obra de Goethe. O Romantismo enfatizava a experiência individual do artista, com obras arrebatadas, visionárias e dramáticas, enquanto que o Neoclassicismo recuperava o ideal equilibrado do classicismo e impunha uma função social moralizante e política para a arte. Na primeira corrente podem ser destacados Victor Hugo, Byron, Eugène Delacroix, Francisco de Goya, Frédéric Chopin, Ludwig van Beethoven, William Turner, Richard Wagner, William Blake, Albert Bierstadt e Caspar David Friedrich, e, na segunda, Jacques-Louis David, Mozart, Haydn e Antonio Canova.[15]
- A Escola de Atenas, de Rafael, renascentista
- O Êxtase de Santa Teresa, de Bernini, barroco
- Basílica de Ottobeuren, rococó
- Abadia no Carvalhal, de Caspar David Friedrich, romântico
Arte na Idade Contemporânea (c. 1850-atualidade)
Ver artigo principal: Arte moderna, Arte contemporânea
Entre meados do século XIX e o início do século XX se lançaram as bases da sociedade contemporânea, marcada no terreno político pelo fim do absolutismo e a instauração dos governos democráticos. No campo econômico, marcaram esta fase a Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo, que tiveram respostas nas doutrinas de esquerda como o marxismo, e nas lutas de classes. Na arte o que tipifica o período é a multiplicação de correntes grandemente diferenciadas. Até o fim do século XIX surgiram, por exemplo, o realismo, o impressionismo, o simbolismo e o pós-impressionismo.[16]
O século XX se caracterizou por uma forte ênfase no questionamento das antigas bases da arte, propondo-se a criar um novo paradigma de cultura e sociedade e derrubar tudo o que fosse tradição. Até meados do século as vanguardas foram enfeixadas no rótulo de modernismo, e desde então elas se sucedem cada vez com maior rapidez, chegando aos dias de hoje a um estado de total pulverização dos estilos e estéticas, que convivem, dialogam, se influenciam e se enfrentam mutuamente. Também surgiu uma tendência de solicitar a participação do público no processo de criação, e incorporar ao domínio artístico uma variedade de temas, estilos, práticas e tecnologias antes desconhecidas ou excluídas. Entre as inúmeras tendências do século XX podemos citar: art nouveau, fauvismo, pontilhismo, abstracionismo, expressionismo, realismo socialista, cubismo, futurismo, dadaísmo, surrealismo, funcionalismo, construtivismo, informalismo, arte pop, neorrealismo, artes de ação (performance, happening, fluxus), Instalação, videoarte, op art, minimalismo, arte conceitual, fotorrealismo, land art, arte povera, body art, arte pós-moderna, transvanguarda, neoexpressionismo.[17]
- Paul Cézanne: As grandes banhistas, c. 1906, modernista
- Wassily Kandinsky: Fuga, 1914, abstracionista
- Dente e garfo, 1922, de Hans Arp, modernista
- Salvador Dali A (Dali Atomicus), fotografia surrealista de Philippe Halsman, 1941
- Dobraduras com disco vermelho, escultura cinética de Alexander Calder, 1973
- O túnel sob o Atlântico, instalação e performance de Maurice Benayoun, 1995
- Prédio do Museu Guggenheim em Bilbao, projetado por Frank Gehry
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