terça-feira, 3 de maio de 2022

WAGYU

 


A raça de boi wagyu veio do Japão e a sua carne é considerada a mais saborosa e mais cara do mundo. No Brasil, o quilo da picanha pode chegar a R$ 1.800. O preço alto se dá por conta do marmoreio, ou seja, a gordura entremeada responsável por sua grande maciez.

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Quanto maior for o nível dessa gordura intramuscular, maior será o valor pago pelo consumidor final. Entre os cortes mais famosos do wagyu está o Kobe Beef, cuja legitimidade está ligada ao nascimento do gado na província de Hyogo, no Japão.

A carne chamou a atenção em 2021 por aparecer em um churrasco do presidente Jair Bolsonaro. Recentemente, o assunto voltou à tona por causa de uma postagem da cantora Ludmila mostrando a compra de alguns gramas da proteína.

Origem


A origem do wagyu vem de um boi que veio da Europa e chegou ao Japão no século II, através da península coreana. A ideia era usar esse gado para puxar arado nas lavouras de arroz. Com o passar dos anos nas terras japonesas, os criadores começaram a realizar cruzamentos com outras raças. E foi essa mistura de espécies que deu origem à atual.

Uma outra curiosidade é que o nome do boi é formado pela junção de dois termos: “wa”, que significa "do Japão", e “gyu”, quer dizer "gado".

Wagyu costuma ficar de 8 a 12 meses em confinamento para garantir qualidade do marmoreio   (Foto: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE BOVINOS DAS RAÇAS WAGYU)

Wagyu costuma ficar de 8 a 12 meses em confinamento para garantir qualidade do marmoreio (Foto: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE BOVINOS DAS RAÇAS WAGYU)

Qualidade da carne

A qualidade e a valorização da carne tem a ver com o marmoreio, que é o nome que se dá à gordura intramuscular bovina que tem aspecto de mármore. De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos das Raças Wagyu (ABCWagyu), quanto maior o grau de marmoreio, mais caro é o corte da carne.

Segundo a escala japonesa, esse grau vai de zero a 12. No Brasil, a produção chegou até o nível 10, pois é grande o desafio de produção no país. 

Para garantir a qualidade da espécie, o gado precisa ficar confinado por alguns meses, recebendo uma ração específica. No Japão, esse tempo de confinamento é maior que no Brasil e, por isso, são alcançados níveis mais altos.

Presidente Jair Bolsonaro comendo churrasco em que picanha custava R$ 1,8 mil o quilo (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Presidente Jair Bolsonaro comendo churrasco em que picanha custava R$ 1,8 mil o quilo (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A carne no Brasil

O boi wagyu chegou ao Brasil nos anos 90 e o primeiro abate com direito a atestado de legitimidade da raça aconteceu em 2016. De acordo com as estimativas, atualmente, o rebanho brasileiro conta com aproximadamente 7 mil cabeças, entre animais puros e cruzados certificados.

Existem produtores de wagyu por todo o país, mas é São Paulo quem responde por quase metade da produção nacional. No entanto, esse número ainda é baixo, já que são, ao todo no Brasil, 35 criadores da ABCWagyu, 11 fornecedores (indústrias), e mais alguns criadores que são certificados, mas não associados.

O Brasil é promissor no assunto exportação de carne de wagyu, mas é preciso aumentar a escala de produção para viabilizar a venda internacional.

Kobe beef é um corte proveniente do corte do lombo do boi da raça wagyu (Foto: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE BOVINOS DAS RAÇAS WAGYU)

Kobe beef é um corte proveniente do corte do lombo do boi da raça wagyu (Foto: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE BOVINOS DAS RAÇAS WAGYU)

Valor médio dos preços

Além do grau de marmoreio, o preço também varia de acordo com o tipo de corte e local onde a carne é comprada.

O quilo do filé de patinho ou de acém, por exemplo, com marmoreio entre 4 e 5, pode sair por aproximadamente R$180. Já os cortes nobres, como a picanha ou o ancho, com grau de marmoreio entre 9 e 10, podem, facilmente, passar de R$1.000.

Selos garantem certificação da carne de wagyu comercializada no Brasil (Foto: ABCWagyu/Divulgação )

Selos garantem certificação da carne de wagyu comercializada no Brasil (Foto: ABCWagyu/Divulgação )




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