sábado, 13 de outubro de 2018

Manuel Bandeira n enem

Estrada
Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho,
Interessa mais que uma avenida urbana.
Nas cidades todas as pessoas se parecem.
Todo mundo é igual. Todo mundo é toda a gente.
Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma.
Cada criatura é única.
Até os cães.
Estes cães da roça parecem homens de negócios:
Andam sempre preocupados.
E quanta gente vem e vai!
E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar:
Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um bodezinho manhoso.
Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos,
Que a vida passa! que a vida passa!
E que a mocidade vai acabar.
BANDEIRA, M. O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967.
A lírica de Manuel Bandeira é pautada na apreensão de significados profundos a partir de elementos do cotidiano. No poema Estrada, o lirismo presente no contraste entre campo e cidade aponta para
  1. A
     
    o desejo do eu lírico de resgatar a movimentação dos centros urbanos, o que revela sua nostalgia com relação à cidade.
  2. B
     
    a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da vida rural.
  3. C
     
    a opção do eu lírico pelo espaço bucólico como possibilidade de meditação sobre a sua juventude.
  4. D
     
    a visão negativa da passagem do tempo, visto que esta gera insegurança.
  5. E
     
    a profunda sensação de medo gerada pela reflexão acerca da morte.

resolução

Manuel Bandeira, a partir do contraste lírico entre campo e cidade, revela a percepção do caráter efêmero da vida (mais especificamente nos dois últimos versos do poema), conforme aponta a opção B, uma vez que tece observações sobre o cotidiano da vida rural, que, apesar de ser monótono, mantém a individualidade de cada membro seu.

RESPOSTA CORRETA:

B
 
a percepção do caráter efêmero da vida, possibilitada pela observação da aparente inércia da vida rural.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores