Conteúdo - Escola Viva
01 Junho 2017 | 17h02
“Poesia não é para compreender mas para incorporar
Entender é parede: procure ser árvore.”
(Manoel de Barros)
Entender é parede: procure ser árvore.”
(Manoel de Barros)
Há quatro anos, o Fundamental 1 promove para seus alunos a Semana (este ano, de 15 a 19 de maio) e Feira Literária (20 de maio, 2017).
Durante a semana, autores, ilustradores, autores ilustradores e contadores de histórias vão até a Escola para compartilhar um pouco do seu processo de trabalho, um pouco da sua inspiração, do seu percurso, da sua vida. Porque na Literatura, assim como na vida, está tudo misturado. Nesses dias, também alunos, professores e convidados, quem conta e quem escuta, estão misturados. Porque na vida, na escola e na Literatura, é assim.
No sábado (20 de maio, 2017), acontece a Feira, com a presença dos pais, e com contações de histórias e venda de livros. Além disso, neste ano, inauguramos o projeto Cultivro, um projeto de circulação de livros idealizado por uma turma do 4º ano de 2016: um carrinho cheio de livros fica estacionado na porta da unidade do F1 da Escola e as pessoas são convidadas a levar um livro e trazer esse ou outro(s) de volta.
Neste ano, os alunos do Fundamental 2 participaram, tanto da Semana quanto da Feira, como contadores de histórias (alunos do 6º ao 8º, entre 11 e 13 anos) e repórteres cinegrafistas (9º ano, 14 anos).
Mas qual a importância destes encontros literários, para além do que acontece no cotidiano da escola?
Entre contos e lendas, percebemos que somos constituídos pelas nossas fantasias tanto quanto pelos fatos reais de nossa vida. Os nossos devaneios falam de nós e moldam nossas escolhas concretas. Nossas histórias preferidas são decisivas para nos tornarmos o que somos. Nossas leituras e reflexões compõem a trama da nossa existência e nos permitem amadurecer, cravando raízes profundas: “Procure ser árvore!”
A cada encontro literário fincamos raízes e espalhamos sementes. Formamos rizomas.
Desde as primeiras conversas sobre a Semana e a Feira, fizemos uma construção coletiva: uma árvore de palavras. Esculpimos nossos nomes no tronco – eternizamos vivências! No sábado, foi colhendo as folhas de palavras, logo na entrada da feira, que nos acomodamos em histórias e investigações! Foi na sombra de uma copa poética, que acalentamos um tempo de escuta! Foi…
Por toda a manhã, abandonamos nossa concretude para uma entrega aos devaneios. Ouvindo nossos contadores, com variações de tema aqui e ali, nos percebemos todos parecidos naquilo que mistura realidade e fantasia. Conto uma história para que você se lembre da sua e assim podemos ter bem presente que a fantasia ocupa mais tempo da nossa vida do que aquilo que chamamos de realidade. Literatura salva!
Alunos do 6º, 7º e 8º anos, contadores de histórias, enroscando em seus próprios dedos o fio narrativo de suas vidas e algemando com palavras todo o encanto do conhecimento! Alunos cinegrafistas do 9º ano, escaneando percepções e desautorizando a banal velocidade da vida na atenção e delicadeza com os pequenos. Famílias em comunhão, enroladas entre almofadas e saberes, professores cúmplices e jardineiros!
Uma raiz rompe o solo e inaugura o projeto Cultivro (falaremos mais sobre ele em outra oportunidade)! Uma ideia semeada por alunos do 4º ano que oferece a circulação generosa de livros e conhecimento por nossa comunidade. Uma vontade imensa de romper os muros da escola com ofertas de gentileza.
Evento literário é isso! Acolher a fantasia no cotidiano nos torna pessoas menos enrijecidas. A questão não é que podemos crescer e seguir sonhando e sim que só podemos crescer se seguirmos sonhando. Quer importância maior?
(texto escrito com a partir de original de Carol Menocchi, mediadora de leitura do F1)
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