sábado, 13 de outubro de 2018

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Monteiro Lobato foi um grande escritor, contista, editor e promotor da justiça. Nascido em 18 de abril de 1882, em Taubaté, ele publicou diversas obras consagradas e criou personagens que ficaram na memória dos brasileiros. Em 04 de julho de 1948, Lobato faleceu, vítima de um AVC – acidente vascular cerebral. 
Hoje, seria comemorado o seu 135º aniversário de nascimento. Como homenagem, vamos lembrar um pouco de seu estilo literário e entender como Monteiro Lobato costuma ser cobrado nas provas do ENEM.  
Apesar do Exame Nacional do Ensino Médio não ter uma lista de obras obrigatórias, a prova costuma dar uma atenção especial para os movimentos literários brasileiros e seus desdobramentos. Esse é um dos motivos por Lobato aparecer no exame. 

Foto: Reprodução/Divulgação
O escritor é muito relacionado à literatura infanto-juvenil, por seus livros “Reinações de Narizinho” (1931) e “O Sítio do Pica-pau Amarelo” (1939), por exemplo. Porém, sua produção literária não para por aí.
Ele criou personagens como a Emília, uma boneca de pano que ganha vida; Narizinho; Pedrinho; Cuca, a sua vilã mais famosa, que contava com a companhia do Saci-pererê; Dona Benta e Jeca Tatu, o retrato do caipira brasileiro. 
Com linguagem de fácil entendimento, muito clara e objetiva, Monteiro Lobato fez parte do movimento pré-modernista e não via problemas em se posicionar. 
Quando abordava o mundo de fantasias, encantava todos os seus leitores. Já quando se manifestava sobre temas mais complexos – como as condições sociais, burocracia, petróleo, entre outros -, não ficava em cima do muro.
 

Foto: Reprodução/Divulgação
 
Para se ter uma ideia, ele foi um dos grandes críticos da Semana de Arte Moderna de 1922 e do Modernismo, como um todo. Em seu espaço no jornal, Monteiro Lobato descreveu o evento como coisa de 5ª categoria, chamando-o de lixo.  
Lembrar disso na hora de fazer o ENEM é muito importante, já que das 3 questões que o escritor foi citado, 2 foram relacionadas à Semana de Arte de 22. Confira as perguntas e veja se você acertaria:
(ENEM 2010, questão 131) 
Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira,
Anita Malfatti e outros artistas modernistas 
(A) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais.
(B) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional. 
(C) representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática educativa.
(D) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica. 
(E) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados. 
Resposta correta: A
(ENEM 2007, questão 2)
Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranóia ou Mistificação:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem as coisas e em
conseqüência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a
concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (…) A
outra espécie é formada dos que vêem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das
teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (…). Estas considerações são provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia.
O Diário de São Paulo, dez./1917.
Em qual das obras abaixo identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo?
(A) Acesso a Monte Serrat – Santos
(B) Vaso de Flores
(C) A Santa Ceia
(D) Nossa Senhora Auxiliadora e Dom Bosco
(E) A Boba
Resposta correta: E

Foto: Reprodução/Divulgação
(ENEM 2002, questão 9) 
“Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos.  Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina – achando que era exagero usarem coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de toucados de gaze tinham com o pó das suas asas. Mamangavas de ferrıes amarrados para não morderem. E canários cantando, e beija-flores beijando flores, e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde, pequeninando e não mordendo.
LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947.
No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar o ambiente fantástico descrito. Expressões como “camaronando”, “caranguejando” e “pequeninando e não mordendo” criam, principalmente, efeitos de
(A) esvaziamento de sentido.
(B) monotonia do ambiente.
(C) estaticidade dos animais.
(D) interrupção dos movimentos
(E) dinamicidade do cenário
Resposta correta: E

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